Sangue Azul

Galeria Nara Roesler (2025)
     

A mostra toma partido de uma intervenção realizada pelo artista em 2013 na Fundação Eva Klabin, no Rio de Janeiro, na qual Chaves apresentou tapetes que eram réplicas fotográficas de detalhes de tecidos da coleção da Fundação.

Em Sangue AzulMarcos Chaves posiciona nas paredes as tapeçarias inéditas em tons de vermelho que reproduzem fotografias feitas pelo artista do chão de carpetes de locais históricos europeus, como o Palazzo Doria Pamphili, construído em Roma, no século 16; a escadaria que leva ao único trono existente de Napoleão Bonaparte (1769-1821), no Castelo de Fontainebleau, na França, que data dos primórdios do século XII, e era residência dos reis franceses; e a Ópera Garnier, projetada durante o reinado de Napoleão III (1808-1873), o décimo-terceiro palácio a abrigar a Ópera de Paris, fundada por Luís XIV.

“Gosto muito da ideia de degradê, da cor que vai sumindo, e de seu significado em francês também de degradado, coisa gasta, decadente. Com o uso ao longo do tempo, é possível ver nesses tapetes europeus suas várias camadas, em que a trama sobressai e forma um grid. Também ficam visíveis marcas do peso sobre o chão em que o tapete está colocado, formando baixos-relevos. Essa ideia de coisa gasta e a geometria que surge são o que gosto nesse trabalho, que acaba por quase ser uma homenagem à pintura, como se eu estivesse pintando com a fotografia e o pelo do tapete”, conta Marcos Chaves.  Alguns trabalhos criam uma perspectiva “ao contrário”, como os trabalhos Fontainebleau I e II, que trazem os degraus para o trono de Napoleão.

Texto “Sangue Azul”, por Ginevra Bria.