Residência Currents

Beijing, China. 2011.
 

A residência Currents aconteceu em Beijing, uma cidade setorizada, entre o distrito 798, área com grande concentração de museus e galerias de arte contemporânea, e parte da zona rural que envolve a cidade. Sem um projeto claramente definido de antemão, o artista optou por se envolver com o contexto local e as dinâmicas da cidade, a época tomada por construções e obras a perder de vista, para, a partir desse contato, elaborar sua proposta.

Usando uma bicicleta para se locomover entre o estúdio e os bairros próximos, o artista mobilizou materiais encontrados ao longo desses percursos como, por exemplo, um tecido onipresente nas construções de padrão listrado nas cores branco, azul e vermelho, análogas as cores da bandeira dos EUA, principal parceiro econômico (e rival) da China na conjuntura atual, vassouras de bambu, objeto largamente adotado pela população, um tronco de árvore, seco, com as raízes cortadas, comprado de um descarte de obra e fotografias realizadas no mercado de antiguidades Panjiayuan, estas impressas num rolo de 22 metros de seda como uma espécie de inventário da história chinesa.

Surgem daí, então, comentários do artista sobre não só sua percepção individual, enquanto artista ocidental no oriente, mas também sobre a presença de um certo ocidente no oriente e, por que não, vice-versa, já que as fronteiras, principalmente no que diz respeito ao capitalismo tardio, encontram-se praticamente vaporizadas quando nos referimos ao fluxo de capital entre as duas maiores economias do mundo.